Acusado de crimes de guerra, o presidente da Rússia, Vladimir Putin não deverá ser preso no Brasil caso venha ao país para a próxima cúpula do G-20, em 2024, afirmou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em entrevista a uma TV indiana, em Nova Delhi, onde ocorreu o encontro do grupo no último final de semana.
“O que eu posso dizer é que, se eu for presidente do Brasil e se ele for para o Brasil, não há porque ele ser preso”, declarou.
Lula ainda afirmou que Putin será convidado a visitar o Brasil porque deve encontrá-lo em 2024, na Rússia, em função do encontro do Brics, previsto para ser sediado pelos russos no próximo ano.
“Antes do G-20 no Brasil, teremos o Brics na Rússia, e eu vou no Brics na Rússia no próximo ano (…) Todo mundo vai para a reunião do Brics, e espero que também venham para o G20 no Brasil”, disse. “Eu acredito que o Putin pode facilmente ir para o Brasil”.
Apesar das declarações de Lula, o Brasil promulgou, em 2002, sua adesão ao Estatuto de Roma, passando a fazer parte do Tribunal Penal Internacional (TPI), em Haia. E a entidade expediu uma ordem de prisão contra Putin.
Assim, se Lula não determinar a prisão de Putin no Brasil, caso ele venha ao país, o presidente estará descumprindo um acordo internacional do qual o país é signatário.
Na semana passada, o senador dos EUA Ted Cruz questionou o Secretário de Estado Adjunto para Assuntos do Hemisfério Ocidental, Brian Nichols, a respeito das possíveis sanções que o governo norte-americano poderia aplicar ao Brasil por causa da atracação de 2 navios de guerra iranianos no porto do Rio de Janeiro em fevereiro.
À época, os Estados Unidos se manifestaram contrários à permissão da Marinha brasileira. A porta-voz da Casa Branca Karine Jean-Pierre também foi contra a decisão brasileira de receber as embarcações iranianas.
Em seu pronunciamento, Ted Cruz também afirmou estar “profundamente preocupado” que o Ocidente esteja “sobrecarregado pelo antiamericanismo” e por países da região estarem “se alinhando” com adversários dos EUA.
Segundo Cruz, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é “um chavista antiamericano que abraça o Partido Comunista Chinês, Vladimir Putin e o regime iraniano”, enquanto o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) é “um líder pró-americano”.