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Lula causa mal-estar ao afirmar que votos no STF têm que ser secretos


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O presidente afirmou em entrevista que “Sociedade não precisa saber como vota um ministro”

Foto: Reprodução
Lula vem sofrendo críticas e pressões em relação às indicações ao STF

Em meio às críticas e pressões que vem sofrendo em relação às indicações ao STF (Supremo Tribunal Federal), O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu, nesta terça-feira (5), que a sociedade "não precisa saber como vota um ministro" — o que, segundo ele, supostamente evitaria "animosidade" contra os magistrados.

Lula disse que para evitar animosidade contra ministros, os votos deveriam ser sigilosos. A fala aconteceu durante a sua live semanal.

 “A Suprema Corte decide, a gente cumpre, é assim que é. Eu, aliás, se eu pudesse dar um conselho, [seria] o seguinte: a sociedade não tem que saber como é que vota o ministro da Suprema Corte. Acho que o cara tem que votar e ninguém precisa saber, votou a maioria, cinco a quatro, seis a quatro, três a dois, não precisa ninguém saber”, disse.

“Por que cada um que perde fica emburrado, cada um que ganha fica feliz. Então, para a gente não criar animosidade, eu acho que era preciso começar a pensar se não é o jeito da gente mudar o que está acontecendo no Brasil. Por que do jeito que vai, daqui a pouco o ministro da Suprema Corte não pode mais sair na rua, não pode mais passear com a sua família, porque tem um cara que não gostou de uma decisão dele”, acrescentou o presidente.

Ainda no programa Conversa com o presidente, Lula afirmou que quer acabar com ódio disseminado na política nos últimos anos e que as pessoas precisam se respeitar. “Uma das coisas que eu mais quero é acabar com ódio. Você pode não gostar de mim, não tem problema nenhum, eu não estou pedindo você em casamento. Eu só quero que você seja civilizado, você me respeita, eu lhe respeito”, disse.

Em evento em Brasília, na terça-feira, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, revelou que há um debate sobre a forma de deliberação dos tribunais superiores. Segundo ele, a Suprema Corte dos Estados Unidos delibera de forma privada e apenas a posição conjunta da corte é comunicada, o que é uma inverdade.

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) comentou a fala de Lula. Para ele, os eventuais votos “secretos” prejudicariam o princípio da transparência, que é tão exigido no televisionamento das decisões vai ficar ofuscado”.

Apesar do apontamento, o parlamentar dispensou possíveis críticas a Lula: “Difícil você avaliar a posição de outras pessoas sem você ter conversado com elas sobre (...) longe de mim saber quais são os motivos que foram tratados para dar uma declaração como essa”.

 “O que estamos vendo é um posicionamento firme de muitos juristas, inclusive de ex-ministros, muito contra. Você já tem uma Suprema Corte com muita visibilidade e agora você vai ter muita visibilidade sem saber como estão votando”, questionou Lira.

 

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Fonte: Redação Cornélio Notícias, com informações da Agência Brasil/UOL
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