O dólar iniciou a segunda-feira (5), em forte alta contra o real, atingindo a maior cotação desde outubro de 2020. A Bolsa de Valores de São Paulo abriu o pregão em baixa e por volta de meio-dia tinha queda de 1,28%, com o Ibovespa indo a 124.245,10 pontos.
O dia foi de muita tensão nos mercados em todo o mundo devido aos temores de que os Estados Unidos, locomotiva da economia global, estejam à beira de uma recessão.
Essa preocupação aumentou após a divulgação, na sexta (2), de dados que indicam um grande enfraquecimento do mercado de trabalho.
Por volta das 12h05, o dólar comercial tinha valorização de 1,03%, vendido a R$ 5,767. Durante a primeira parte do dia, chegou a passar de R$ 5,826. É o maior valor desde outubro de 2020.
Na quinta, a moeda americana tinha alcançado o maior valor desde 21 de dezembro de 2021: R$ 5,734. Na sexta, o dólar perdeu um pouco de força e recuou 0,45%, para R$ 5,708.
As Bolsas na Ásia e na Europa desabaram na segunda-feira (5). O dólar e o euro registraram queda em relação ao iene, devido à crescente preocupação dos investidores com a possibilidade de uma recessão nos EUA.
Aconteceu uma debandada geral de investidores das Bolsa de Valores do mundo todo.
No Japão, por exemplo, o índice Nikkei 225 caiu 12,4%, com os temores econômicos somados às preocupações sobre os efeitos do fortalecimento do iene nos lucros corporativos.
Foi o maior declínio em um dia desde 1987. O "circuit breaker", que interrompe o pregão por alguns instantes, chegou a ser acionado.
Tudo começou depois que o relatório de empregos dos EUA foi publicado também sexta-feira (2). Houve contratação de pessoas significativamente mais lenta em julho, o pior patamar em quase três anos.
Isso aprofundou os temores de que a maior economia do mundo estava tropeçando e de que o Federal Reserve, o banco central americano, pode ter esperado tempo demais para cortar as taxas de juros.
Na reunião da semana passada, o FED manteve os juros no maior nível em duas décadas. As taxas estão nesse patamar há um ano. O FED deve se reunir novamente em 6 de setembro.
O mercado está sob tensão e continua de olho nos próximos dados da economia americana.