18 pessoas foram mortas por um atirador na cidade de Lewiston, a segunda mais populosa do estado do Maine, nos Estados Unidos, com cerca de 38 mil pessoas (800 km a nordeste de Washington), na noite de quarta-feira (25), segundo a polícia do município afirmou à imprensa local.
O tiroteio se iniciou por volta das 20 horas em restaurante e em uma pista de boliche na cidade. A polícia do condado de Androscoggin, onde fica Lewiston, publicou a foto do suspeito, a pessoa de Robert Card, de 40 anos, que portava um rifle de longo alcance, não incomum em massacres recentes nos Estados Unidos.
Ele ainda está à solta e não há qualquer informação sobre a motivação para o ataque.
O hospital Central Maine Medical Center afirmou que sua equipe estava "reagindo a um episódio de atirador em massa com múltiplas vítimas" e estava em contato e coordenação com outros hospitais da região para receber os pacientes.
De acordo com a CNN americana, citando fontes na polícia local, de 50 a 60 pessoas estão ficaram feridas nos incidentes, embora ainda não esteja claro quantas delas foram atingidas por tiros.
"Por favor, evitem as estradas para permitir o acesso dos socorristas aos hospitais", disse à polícia.
Justin Juray, proprietário da pista de boliche onde as autoridades disseram que ocorreu o ataque, afirmou que havia cerca de 100 a 150 pessoas, incluindo 20 crianças, na pista de boliche no momento em que o agressor entrou atirando com um rifle.
Dezenas de estudantes se abrigaram no último andar da biblioteca do Bates College, uma faculdade privada local, mantendo-se abaixados entre as estantes de livros enquanto procuravam atualizações sobre o caso pelas redes sociais.
O presidente americano, Joe Biden, foi informado sobre o caso, ligou para a governadora democrata do estado, Janet Mills e ofereceu "auxílio federal completo" para lidar com o ataque, de acordo com a Casa Branca.
"Estou ciente e fui informada sobre a situação em Lewiston. Insto todas as pessoas na área a seguir as instruções das autoridades estaduais e locais. Continuarei monitorando a situação e mantendo contato próximo com os responsáveis pela segurança pública", afirmou a governadora.
O procurador-geral, Merrick Garland, foi informado sobre o ataque e funcionários do FBI, a polícia federal americana, estão no Maine auxiliando as autoridades locais.
A população do pequeno estado do Maine é pouco acostumada a ver muitos homicídios. Segundo dados do CDC, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA, o estado registrou uma taxa de homicídios de 1,7 para cada 100 mil habitantes em 2021, o que fez do Maine a terceira menor taxa entre os 50 estados.
Com 18 mortes, o episódio já soma mais óbitos do que em todo o ano de 2021 (20) e o total de mortes registradas em 2020 (21).
Os Estados Unidos convivem com ataques de atiradores com múltiplas mortes nos últimos anos, algo que tem instigado discussões sobre o acesso a armas no país e a mudanças na estratégia de abordagem das forças policiais.
Casos como o massacre de Uvalde, no Texas, em maio de 2022, que deixou 19 crianças e 2 adultos mortos, gerou indignação entre defensores de maior controle armas. Na ocasião, Biden questionou em entrevista coletiva quando o país iria "enfrentar o lobby das armas".
Além disso, relatório posterior sobre a atuação da polícia apontou "erros sistêmicos" da abordagem e falta de liderança adequada, que colaboraram para o alto número de mortes.