Uma decisão polêmica do Poder Judiciário da Bahia colocou de volta às ruas um dos homens mais perigosos do estado, condenado a mais de 30 anos de prisão. O cofundador e uma das principais lideranças da maior facção criminosa da Bahia, o Bonde do Maluco (BDM), Ednaldo Freire Ferreira, mais conhecido como "Dadá", ganhou o benefício da prisão domiciliar no último dia 1º de outubro (um domingo, às 20:42), durante o plantão judiciário do desembargador Luiz Fernando Lima, do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA).
Horas depois, o pedido de prisão domiciliar foi revogado pelo desembargador Júlio Travessa, da 2ª CÂMARA CRIMINAL – 1ª TURMA, atendendo o recurso interposto pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA), através do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas e Investigações Criminais (GAECO).
No entanto, era tarde demais, Dadá já havia sido liberado do presídio de segurança máxima onde estava cumprindo a pena no Estado de Pernambuco e não foi mais encontrado.
O argumento utilizado foi que Dadá é pai de um menor “portador do TRANSTORNO DO ESPECTRO DO AUTISMO NÍVEL 3 (CID F84.0) e completamente dependente da figura paterna”.
O desembargador Luiz Fernando Lima, do Tribunal de Justiça da Bahia (TJBA), responsável por conceder prisão domiciliar, foi afastado cautelarmente do cargo. O CNJ investiga desembargador que não tinha autoridade para conceder o benefício, algo que não é a primeira vez que acontece no Estado.
A solicitação de afastamento foi apresentada pelo Ministro Corregedor Luís Felipe Salomão e seguida com unanimidade pelos outros membros do CNJ. Além disso, não havia nenhum indício de que o suposto filho de Dadá dependia da presença paterna para sobreviver. Por esses motivos, os votos foram a favor do afastamento cautelar do desembargador responsável por conceder a prisão domiciliar.
O Ministério Público e determinou a expedição de um novo mandado de prisão e busca encontrar Ednaldo Freire Ferreira, que até o momento está foragido.