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Lula nega pedido de envio de munição do Brasil para tanques na Ucrânia


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Pedido havia sido feito pelo Governo da Alemanha

Foto: Pedro Ladeira/Folhapress
Lula disse não, argumentando que não valia a pena provocar os russos

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) negou um pedido feito pelo governo da Alemanha para que o Brasil fornecesse munição de tanques de guerra que seria repassada por Berlim à Ucrânia em guerra com a Rússia.

A decisão ocorreu na sexta passada (20), na reunião do petista com os chefes das Forças Armadas e o ministro da Defesa, José Múcio, na véspera da demissão do comandante do Exército, Júlio Cesar de Arruda.

Segundo militares e políticos com conhecimento do episódio, Arruda teria afirmado anteriormente que o Brasil embolsaria cerca de R$ 25 milhões por um lote de munição estocada para os tanques Leopard-1, o modelo que antecedeu o tanque desejado pelo governo de Volodimir Zelenski.

Lula disse não, argumentando que não valia a pena provocar os russos.

O Brasil, apesar de ter condenado a invasão de 24 de fevereiro de 2022 na ONU, mantém uma posição de neutralidade por motivos econômicos, recusando participar de sanções contra a Rússia de Vladimir Putin.

O Leopard-1 só é operado por Brasil (261 unidades, segundo o Instituto Internacional de Estudos Estratégicos, de Londres), Chile (30), Grécia (500) e Turquia (397) –os dois últimos, membros da Otan (aliança militar ocidental) como a Alemanha. O tanque tem um canhão com calibre de padrão antigo, de 105 mm, enquanto o Leopard-2 usa munição de 120 mm.

A reportagem procurou o Itamaraty, o Ministério da Defesa e o Exército, operador das munições, para comentarem o caso e especificar a natureza do pedido alemão –se foi oficial ou uma sondagem, mas nenhum dos órgãos respondeu.

 Já a motivação central da posição de Lula tem nome: fertilizantes, vitais para o agronegócio do país e que têm de ser majoritariamente importados.

A Rússia é, há anos, a líder desse mercado –de 2018 a 2022, vendeu em média 22% do produto que é consumido pelos brasileiros.

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Fonte: Redação Cornélio Notícias, com informações da Folhapress
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