A Rússia ameaçou na sexta, 25, o que chamou de tentativas do Ocidente de incluir na Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) a Finlândia e a Suécia, países conhecidos pela neutralidade e alertou para as "sérias consequências" de uma adesão desses países ao grupo.
A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores russo, Maria Zakharova disse que Moscou está ciente dos "esforços direcionados da OTAN e de alguns países membros do bloco, em primeiro lugar os Estados Unidos, para incluir a Finlândia e também a Suécia na aliança". Não existe um processo concreto para que isso ocorra.
Zakharova enalteceu "a política de não alinhamento militar do governo finlandês como um fator importante para garantir a segurança no norte da Europa e em todo o continente europeu", mas afirmou que a interação prática entre Helsinque, Estocolmo e Otan cresceu recentemente.
Ela declarou ainda que Finlândia e Suécia confirmaram o princípio da indivisibilidade da segurança como membros da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE). "A escolha das formas de assegurar a defesa e segurança nacional é um assunto interno e soberano de cada Estado", disse ela.
A declaração ocorre depois que o presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, agradeceu pelo apoio dos dois países durante a invasão da Ucrânia pela Rússia.
As tensões entre a Rússia e o Ocidente começaram justamente por causa da recusa de Putin em aceitar que a Ucrânia integrasse a aliança militar ocidental. O país manifestava interesse há anos de fazer parte da OTAN e se tornou um candidato em 2018, mas nunca houve garantias de que de fato se juntasse, já que havia protestos de países da aliança.
A Finlândia, mesmo sem estar na OTAN e considerada nação neutra desde o final da 2.ª Guerra, costuma participar ativamente das reuniões da aliança. Já a Suécia é uma nação neutra desde o início do século 19.
As informações são do jornal O Estado de São Paulo.