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Contas de luz disparam e puxam maior inflação para fevereiro em 22 anos


FACCREI - 2025

Com comida mais cara, os brasileiros apelam para carcaça de frango e espinha de porco em suas compras

Foto: Ilustrativa
O Banco Central prevê inflação acima de 4,5% até junho

A inflação oficial do Brasil ganhou força e atingiu 1,31% em fevereiro, ante alta de 0,16% apurada no mês anterior, mostram dados publicados hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

Influenciada pelo aumento de 16,8% das tarifas de energia elétrica residencial, a variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo é a maior para o mês desde 2003.

A Inflação atingiu o maior nível para fevereiro em 22 anos.

Alinhada com as expectativas, a taxa de 1,31% é a maior para o mês desde 2003 (1,57%).

No ano passado, a variação foi de 0,83%. Já na comparação entre todos os meses, a inflação é a mais elevada desde março de 2022 (1,62%).

IPCA acumulado em 12 meses volta a superar os 5%. O avanço de 5,06% dos preços entre março de 2024 e fevereiro de 2025 é o mais alto desde o período finalizado em setembro de 2023 (5,19%).

No ano passado, a inflação anual acumulada até fevereiro foi de 4,51%.

Variação anual do IPCA segue acima do teto da meta. Com a aceleração, o índice oficial supera, pelo quinto mês consecutivo, o limite de tolerância de 1,5 ponto percentual definido para a inflação deste ano.

Com a meta estabelecida em 3%, o Conselho Monetário Nacional determina que o índice deve variar entre 1,5% e 4,5%.

O Banco Central prevê inflação acima de 4,5% até junho. Sem perspectiva de desaceleração dos preços, a autoridade monetária admite que vai precisar se justificar, no meio deste ano, o estouro do IPCA devido à alteração dos regimes de metas.

As explicações passam a ser necessárias sempre que a inflação ultrapassar o teto por seis meses consecutivos.

A energia elétrica residencial ficou 16,8% mais cara. O resultado representa uma recomposição do desconto concedido nas contas de luz de janeiro, devido à distribuição do saldo positivo da Hidrelétrica de Itaipu.

Na ocasião, os preços caíram 14,2%, segundo o mesmo IPCA.

A distribuição no início deste ano foi extraordinária. A concessão do benefício foi repassada com atraso. Em 2023, o benefício foi aplicado nas contas de julho. Na ocasião, o valor das faturas de energia recuou 3,89%. No mês seguinte, as tarifas subiram 4,59%, mostra o índice oficial de preços.

Inflação dos alimentos e bebidas foi de 0,7% em fevereiro. A taxa, que representa uma desaceleração ante a variação de 1,07% registrada em janeiro, foi influenciada pelo custo da alimentação no domicílio, que apresentou alta de 0,79%.

Ovo de galinha (15,4%) e café moído (10,8%) lideram altas.

Por outro lado, a batata-inglesa (-4,1%), o arroz (-1,61%) e o leite longa-vida (-1,04%) aparecem com preços mais baixos do que os registrados no mês anterior.

O café, com problemas na safra, está em trajetória de alta desde janeiro de 2024. Já o aumento do [preço do] ovo se justifica pela alta na exportação, após problemas relacionados à gripe aviária nos EUA e também, pela maior demanda devido à volta às aulas. Além disso, o calor prejudica a produção, reduzindo a oferta.

Alimentação fora de casa também subiu em ritmo menor. A variação de 0,47% é menor do que a apurada em janeiro (0,67%). Contribuem para a taxa as oscilações dos subitens lanche (0,66%) e refeição (0,29%), ambos com variações inferiores às observadas no mês anterior, de, respectivamente, 0,94% e 0,58%.

Combustíveis ficaram 2,89% mais caros. O resultado foi influenciado pelo reajuste no ICMS e resultaram em aumentos do óleo diesel (4,35%), etanol (3,62%) e gasolina (2,78%). No mês, somente o gás veicular (-0,52%) apresentou deflação. As variações puxaram a alta de 0,61% do grupo de transportes.

A educação reponde pela maior alta nominal. O grupo registrou inflação de 4,7%, resultado influenciado pelo início do ano letivo. Os aumentos mais expressivos atingiram as mensalidades escolares praticados, com destaque para ensino fundamental (7,51%), ensino médio (7,27%) e pré-escola (7,02%).

Nenhum dos nove grupos registrou deflação. Os preços relacionados a artigos de residência (0,44%) saúde e cuidados pessoais (0,49%), despesas pessoais (0,13%) e comunicação (0,17%) também subiram no mês passado. Apenas o grupo de vestuário (0%) registrou estabilidade na comparação com janeiro.

Inflação oficial é calculada a partir de 377 produtos e serviços. A escolha pelos itens tem como base o consumo das famílias com rendimentos entre um e 40 salários mínimos. O cálculo final considera um peso específico para cada um dos itens analisados pelo indicador.

IPCA abrange a evolução dos preços em nove grandes grupos. As análises consideram as variações apresentadas por itens das áreas de alimentação e bebidas, artigos residenciais, comunicação, despesas pessoais, educação, habitação, saúde e cuidados pessoais, transportes e vestuário.

Análise mensal é realizada nos grandes centros urbanos do Brasil. Para isso, o IBGE realiza as coletas de preços nas regiões metropolitanas de Belém (PA), Fortaleza (CE), Recife (PE), Salvador (BA), Belo Horizonte (MG), Vitória (ES), Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP), Curitiba (PR), Porto Alegre (RS) e do Distrito Federal.

Também há pesquisadores nos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís e Aracaju.

 

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Fonte: *Redação CN, com informações do Portal UOL
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