Em meio à pandemia do novo coronavírus, que desde março do ano passado afeta o Paraná, as forças policiais de todo o Estado registraram um verdadeiro salto no quantitativo de drogas apreendidas. Prova disso é que nos dois últimos anos (2020 e 2021) a Polícia Rodoviária Federal (PRF-PR), a Polícia Militar (PMPR) e a Polícia Civil (PCPR) apreenderam um total de 735,19 toneladas de maconha, cocaína e crack no Estado, enquanto nos seis anos anteriores (2014 a 2019) o acumulado de drogas apreendidas chegou a 979,95 toneladas.
O levantamento, feito pelo Bem Paraná a partir dos balanços divulgados pela PRF-PR e pela Secretaria da Segurança Pública do Estado (Sesp-PR), revela que desde 2014 pelo menos 1.715,14 toneladas de drogas foram retiradas de circulação pelas forças policiais do estado, sendo que as apreensões de 2020 (437,42 toneladas) e 2021 (297,77 toneladas, dados parciais) representam 42,86% do total apreendido no período analisado.
Dessa forma, não chega a surpreender o fato de o Paraná ter registrado recorde no quantitativo de entorpecente descoberto em 2020, com possibilidade de um novo registro histórico no ano corrente. Até 2018, inclusive, o estado jamais havia fechado um ano com mais de 200 toneladas de droga (maconha, cocaína e crack) apreendida. A primeira vez em que isso aconteceu foi 2019 (com 206,61 toneladas) e o número subiu consideravelmente em 2020 (437,42) e 2021 (297,77).
As últimas semanas, inclusive, tem sido agitadas no combate ao tráfico de drogas. No dia 18 de novembro, por exemplo, uma ação integrada entre PRF e Polícia Federal (PF) resultou na apreensão de aproximadamente 966 quilos de cocaína em Marialva, na região Noroeste do Paraná. Foi a maior apreensão de cocaína da história da PRF no Paraná, com o entorpecente tendo sido encontrado num fundo falso no teto do baú de um caminhão suspeito estacionado no pátio de um posto de combustíveis na BR-376.
Já na terça-feira, policiais rodoviários de Assis (SP) pararam um guincho que levava um carro funerário de Londrina, no norte do Paraná, para Limeira (SP). Dentro do carro estava um caixão cheio de maconha (mais de 79 quilos da droga), que acabou ‘morrendo’ na mão da polícia - o motorista do guincho disse que não sabia da droga e que acreditava haver um cadáver dentro do caixão.
Devido ao fato de fazer fronteira com países como Paraguai e Argentina e também por ser vizinho do Mato Grosso, que faz fronteira com a Bolívia, o Paraná é hoje uma das principais rotas do tráfico de drogas no país. Os entorpecentes atravessam o estado pelas rodovias, ferrovias e aeroportos, rumando para outros países e também ‘alimentando’ o consumo interno.
O aumento no quantitativo de drogas apreendidas no Paraná nos últimos anos, aponta o secretário de Estado da Segurança Pública, Romulo Marinho Soares, é reflexo de um trabalho integrado das forças de segurança, a partir de um planejamento estratégico que tem como referência as estatísticas fornecidas pelos setores de inteligência dos órgãos de segurança pública.