Cinco meses após uma mulher ter sido estuprada e morta por um suposto andarilho, moradores do município de Arapoti, cidade de quase 26 mil habitantes localizada na divisa entre o Norte Pioneiro e os Campos Gerais do Paraná, seguem convivendo com o medo e a insegurança que atormentam principalmente crianças e mulheres.
Recentemente uma série de denúncias de vítimas relatando sofrerem perseguições e importunação sexual praticada por pessoas em situação de rua no município foram divulgadas nas redes sociais.
Em um dos casos, uma jovem de 26 anos moradora do bairro Pindorama relatou já ter sido perseguida mais de uma vez.
“Hoje pela manhã (quarta-feira dia 29), fui ao mercado e eles estavam sentados lá na frente. Quando cheguei, mexeram comigo, mas ignorei. Na hora de ir embora, percebi que os dois homens estavam me seguindo e para não correr riscos, mudei o caminho e fui para casa da minha mãe que é mais perto”, relatou.
A mesma mulher ainda contou que está não é a primeira vez que ela foi perseguida pelos homens em situação de rua.
“Não foi a primeira vez que isso aconteceu. Houve uma vez em que estava voltando do trabalho de bicicleta e uns homens saíram do mato e correram atrás de mim”, comentou.
Há ainda relatos de indivíduos que mostraram os órgãos sexuais para pessoas na rua. Em um dos casos, o suspeito exibiu o pênis para crianças em uma residência no bairro Vila Romana.
A reportagem conversou com uma mulher que é mãe de três meninas com idades de cinco, onze e quatorze anos. “
!As minhas filhas estavam em frente a nossa casa e ficaram junto com minha avó esperando o pai delas voltar do serviço. Um homem foi se aproximando delas e tirou o pênis para fora dizendo para elas irem com ele. Se não bastasse, após acontecer isso apareceu mais uma vítima relatando que estava voltando do trabalho e este mesmo homem tentou agarrar ela”, disse.
A reportagem também teve acesso a um áudio que uma das crianças mandou para mãe desesperada.
“Mãe do céu, o cara mostrou o negócio dele e balançou para nós. O pai está louco, já pegou um pedaço de pau e de ferro para ir atrás dele. O pai está louco mãe do céu”, disse a menina.
“Todas nós estamos nervosas, imagine a neném que é pequenininha” completou a menor.
A maioria das vítimas ainda relataram que os casos foram comunicados a polícia, mas até o momento nenhuma providência foi tomada aumentando a sensação de insegurança principalmente entre as mulheres e crianças.