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Inflação fecha 2024 em 4,83%, estoura teto e reforça pressão para 2025


FACCREI - 2025

A carestia dos alimentos puxou o IPCA no acumulado de 2024

Foto: Ilustrativa
É o oitavo ano em que a inflação fica de fora dos limites

A inflação oficial do Brasil, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, fechou o acumulado de 2024 em 4,83%, apontou Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. A alta veio após variação menor, de 4,62%, em 2023.
O resultado de 2024 confirma o estouro do teto da meta de inflação, definido em 4,5%. É o oitavo ano em que a inflação fica de fora dos limites perseguidos desde 1999, quando o modelo de metas foi adotado.
Economistas afirmam que a preocupação com o IPCA segue em 2025. Isso porque a inflação passada baliza reajustes posteriores de preços, incluindo aluguéis e mensalidades escolares. É a chamada inércia inflacionária.
O alerta para este ano ganhou força com a escalada do dólar, que pode influenciar diferentes produtos, de alimentos a combustíveis.
Em 2023, o primeiro ano do terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a inflação havia fechado abaixo do teto da meta, que era de 4,75%. O resultado registrado à época (4,62%) veio após dois anos consecutivos de estouro do objetivo, em 2022 (5,79%) e 2021 (10,06%), durante o governo Jair Bolsonaro (PL).
No recorte mensal, a inflação acelerou a 0,52% em dezembro de 2024. A taxa havia sido de 0,39% em novembro.
Oito grupos de produtos e serviços tiveram alta de preços em dezembro. A maior variação (1,18%) e o principal impacto (0,25 ponto percentual) vieram de alimentação e bebidas.
A carestia dos alimentos puxou o IPCA no acumulado de 2024. O grupo alimentação e bebidas registrou alta de 7,69% no ano passado, a maior desde 2022 (11,64%). Assim, contribuiu com 1,63 ponto percentual para o resultado de 2024.
No caso da comida, os preços ficaram mais altos em meio a problemas climáticos que reduziram a oferta de parte das mercadorias, segundo o IBGE.
As elevações de saúde e cuidados pessoais (6,09%) e transportes (3,30%) também tiveram impactos significativos (0,81 ponto percentual e 0,69 ponto percentual). Juntos, os três grupos responderam por cerca de 65% da inflação de 2024.
O dólar teria gerado impacto adicional. A moeda americana em elevação estimulou exportações de itens como carnes, provocando reflexos na oferta interna.
Em termos individuais, a gasolina teve o maior impacto no IPCA de 2024 (0,48 ponto percentual). A alta do combustível foi de 9,71%.
Em seguida, vieram o plano de saúde (7,87% e 0,31 ponto percentual) e a refeição fora do domicílio (5,7% e 0,20 ponto percentual).

 

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Fonte: *Redação CN, com informações do Portal do Jornal Folha de São Paulo
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