Nos últimos meses, o Brasil vem acompanhando uma sequência de ondas de calor com máximas históricas de temperatura e sensação térmica. O fenômeno é considerado comum para o momento do ano: a transição entre a primavera e o verão, quando o hemisfério Sul está mais exposto ao Sol.
As altas temperaturas vêm acompanhadas de uma temporada sem chuva e, consequentemente, menos nuvens impedindo a passagem do calor excessivo.
Mas, se o fenômeno é considerado comum, por que sentimos que está mais calor do que nunca?
Parte disso pode ser explicado pela junção do aquecimento global e do fenômeno climático El Niño, que impactam diretamente a temperatura dos oceanos e com isso, do clima em geral.
Neste ano, o país registrou máximas históricas de temperatura. Década a década, o mundo vem registrando cada vez mais dias sob efeito das ondas de calor.
De 1961 a 1990, foram apenas 7 dias. De 2011 a 2020, foram 52. Os últimos nove anos, de 2015 a 2023, foram os mais quentes já registrados no Brasil.
Além do aquecimento global, os efeitos do El Niño devem ser sentidos até, pelo menos, abril de 2024. Além das altas temperaturas, o fenômeno também vem provocando seca no Amazonas e chuvas intensas na região Sul do país.
A última formação do fenômeno foi em 2015, chamado à época de 'Super El Niño'.
Agora, com oceanos mais quentes, a tendência é que seus efeitos sejam sentidos com maior intensidade.
O Verão chega oficialmente às 0h27 (horário de Brasília) de sábado (23), quando ocorre o chamado Solstício de Verão no Hemisfério Sul (no Hemisfério Norte é o Solstício de Inverno).
O verão termina à 0h06 do dia 20 de março de 2024 e as ondas de calor deveram perder a intensidade somente no final da estação. Essa é a previsão do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).
De acordo com o instituto, a expectativa é de temperaturas acima da média ao longo da estação.