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Quase 47 milhões de brasileiros estão sob toques de recolher


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Cidades e estados vêm decretando toques de recolher para conter alta de casos

Foto: Divulgação
Decretos foram publicados no país para limitar a circulação da população à noite

Hoje, 46,82 milhões de brasileiros estão vivendo sob toques de recolher para conter a propagação do novo coronavírus — e esse número vai aumentar nos próximos dias, embora epidemiologistas apontem que esse tipo de medida é pouco eficaz para combater a pandemia de Covid-19.

Uma onda de decretos foram publicados recentemente no país para limitar a circulação da população à noite e reduzir a transmissão do Sars-CoV-2.

Essas restrições estão sendo aplicadas hoje para ao menos 22,1% da população nacional, ou pouco mais de um quinto, de acordo com um levantamento da BBC News Brasil.

Os cálculos foram feitos com base nas estimativas de população do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 1º de julho do ano passado.

Só foram levados em conta os decretos que proíbem que os habitantes de um Estado ou cidade saiam de casa em determinado período do dia e que estão em vigor nesta sexta-feira (26/2).

Aqueles que restringem apenas o funcionamento de estabelecimentos comerciais, mas não vetam a circulação, como no Rio Grande do Sul, em São Paulo e em Pernambuco, não foram considerados.

Toques de recolher foram decretados ou prorrogados nos últimos dias pelos governos de sete Estados. No Acre, no Ceará, em Mato Grosso do Sul, no Paraná e no Piauí, as regras abrangem todo o território. Na Bahia, as restrições estão valendo em 381 das 417 cidades. Na Paraíba, em 144 dos 223 municípios.

Apesar da multiplicação de toques de recolher Brasil afora, epidemiologistas ouvidos pela reportagem dizem que isso é pouco eficaz para reduzir o contágio pelo novo coronavírus nem basta para reverter o aumento de casos, internações e mortes por Covid-19 registrado no país desde o início do ano.

Isso porque um toque de recolher restringe a circulação de pessoas justamente no período do dia em que menos gente costuma estar nas ruas.

O médico Márcio Sommer Bittencourt, do centro de pesquisa clínica e epidemiológica do Hospital Universitário da Universidade de São Paulo (USP), diz que, embora os governos se sintam pressionados a agir por causa do agravamento da pandemia, não há justificativa técnica para aplicar essas restrições só à noite.

Esse tipo de proibição pode ter algum efeito didático e fazer com que algumas pessoas deixem de sair de casa, mas tem um potencial limitado, explica o epidemiologista.

Ethel Maciel, professora da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), diz que a restrição de circulação neste período é uma "medida incompleta".

Um toque de recolher pode ter ainda um efeito colateral indesejado e fazer com que reuniões e encontros que ocorreriam nesse período do dia sejam antecipados.

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Fonte: *Redação Cornélio Notícias, com informações da BBC Brasil
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