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“O infarto não respeita a quarentena”, alerta diretor da Sociedade Paranaense de Cardiologia


Brasil Net

Dados apontam um aumento do número total de mortes por doenças cardíacas, em casa, durante à pandemia

Foto: Banda B
Se alguém estiver infartando, às chances de morrer é de, pelo menos, 30%

Números divulgados pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) e pela Associação dos Registradores de Pessoas Naturais do Brasil (Arpen), mostram um aumento expressivo do número de mortes por doenças cardiovasculares desde o início da pandemia do novo coronavírus, o que tem ligado um sinal de alerta em médicos por todo o país.

No Paraná não é diferente e a Sociedade Paranaense de Cardiologia tem feito um alerta constante sobre a necessidade de manter todos os atendimentos médicos.

Entre os meses de março e maio, por exemplo, houve um total de 15.847 mortes em casa por AVC, infarto e doenças semelhantes no Brasil. Isso representa um acréscimo de 30% em mortes, se comparado com os números do mesmo período no ano passado. Em 2019, 11.990 pessoas morreram por doenças cardíacas no Brasil.

O cardiologista e diretor da científico da Sociedade Paranaense de Cardiologia (SPC), Miguel Morita, pediu atenção ao problema. “O infarto tem um nível de mortalidade muito maior que a própria Covid-19. Se alguém estiver infartando, às chances de morrer é de, pelo menos, 30%. Portanto, é melhor que ela seja atendida pelo Estado, do que ficar esperando em casa. Mesmo que corra riscos de pegar o coronavírus”, disse.

O aumento das mortes também está ligado à queda do número de internações por doenças do coração. O cardiologista informou que às internações pelas doenças cardíacas estão cerca de 40% menores do que no mesmo período em 2019.”Esta queda ocorreu não só no Brasil, mas também em outros lugares. Há dados da China, dos Estados Unidos que mostram o mesmo panorama. Isso chama atenção”, apontou.

Para os médicos, a falta de atendimento é uma grande preocupação, já que os números representam mortes extras que vão ocorrer devido à pandemia. Para Morita, isto não está ligado diretamente à Covid-19. Mas sim, a uma possível ruptura do atendimento do sistema para as outras doenças que continuam acontecendo nas pessoas.

“Os hospitais devem ficar preparados para atender os pacientes. Então, é importante que a gente coloque este debate para as autoridades públicas. Os hospitais devem manter os fluxos de atendimento para doenças do coração. Se você tem uma dor no peito, sai da quarentena e procure um hospital. O infarto não respeita quarentena”, alertou.

A preocupação dos cardiologistas está no momento depois que acabar à pandemia. Morita ressaltou que os problemas cardiológicos começam inofensivos. No entanto, os sintomas aparecem ao longo do tempo. “Ficou comum ouvir às pessoas falarem que ganharam peso. O aumento da obesidade leva ao aumento dos problemas no coração”, detalhou.

Diante dos fatos, o cardiologista fez questão de trazer orientações às pessoas para evitar os problemas. Morita informou que isto serve para todos. Independente de você possuir um problema cardíaco, ou não. “Mantenha a atividade física. Segundo, tenha uma alimentação adequada. Terceiro, não parar de tomar os medicamentos, de uso contínuo. Se você tem algum problema no coração, continue com o acompanhamento cardiológico”, disse.

Por fim, o cardiologista relembra que se você sentir uma dor no peito, não pense duas vezes antes de pedir ajuda. Procure alguma pessoa capaz de leva-lo ao hospital. Mas, se for possível, segundo Morita, entre em contato com o serviço de emergência. “O infarto do miocárdio é principalmente a dor no peito. Esta dor pode ir para os braços, para o queixo, para a boca do estomago. Então, as pessoas tem que ficar atentas e não esperar. Talvez seja a recomendação mais adequada é que você ligue para o serviço de emergência”, concluiu.

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Fonte: *Redação Cornélio Notícias, com informações da Banda B
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