Um estudo publicado no Jornal de Virologia Médica levanta a suspeita de que o surto de coronavírus na China pode ter relação com a sopa de morcego, uma iguaria local.
“Os resultados obtidos em nossas análises sugerem que o 2019‐nCoV [nome oficial do novo vírus] parece ser um vírus recombinante entre o coronavírus de morcego e um coronavírus de origem desconhecida”, afirmam os pesquisadores chineses.
Inúmeras pessoas se manifestaram pelas redes sociais afirmando que na cidade de Wuhan, onde o surto começou, a sopa de morcegos silvestres é um prato comum.
Em 2017, um estudo, publicado na China Science Bulletin, já ressaltava que “os morcegos estão conectados ao crescente número de vírus emergentes e re-emergentes que podem quebrar a barreira das espécies e se espalhar para a população humana”.
“Os coronavírus são um dos vírus mais comuns descobertos em morcegos, que foram considerados a fonte natural de coronavírus recentes suscetíveis a humanos, como SARS-CoV e MERS-CoV”, diz parte da pesquisa.
Cerca de 600 pessoas já foram infectadas pelo novo coronavírus desde o fim de dezembro, 17 delas morreram. Os principais sintomas são febre e problemas respiratórios, incluindo pneumonia.
Os coronavírus são transmitidos de animais para humanos e, posteriormente, a transmissão pode ocorrer de pessoa para pessoa.
Um mercado de frutos do mar e de animais vivos de Wuhan foi o local onde os primeiros casos da doença foram relatados.
A Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS) surgida na China em 2002, registrou 8 mil infectados e cerca de 800 vítimas fatais. Já a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS), com origem na Arábia Saudita, em 2012, teve 2.200 casos e 790 óbitos.