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Tinder é denunciado por venda de dados com interesses sexuais de usuários


Brasil Net

O Ministério da Justiça notificou duas empresas por suposta venda ilegal de informações pessoais

Foto: Tinder/Reprodução
O Tinder teria enviado dados de usuário para ao menos 57 empresas de publicidade

O Ministério da Justiça e Segurança Pública notificou na quarta-feira (15) os aplicativos de relacionamento Tinder e Grindr por supostamente compartilharem de forma ilegal os dados íntimos de milhões de usuários brasileiros. Segundo a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), “as empresas têm prazo de 10 dias para esclarecerem se os dados pessoais de usuários foram comercializados ilegalmente”. Se comprovado, o ministério afirma que a multa circula na casa dos 9 milhões de reais.

A decisão ocorre depois que um estudo realizado pelo Conselho de Consumidores da Noruega, uma organização sem fins lucrativos mantida pelo governo daquele país, relatou como os aplicativos Tinder, Grindr e OkCupid estariam compartilhando dados de usuários com empresas de publicidade. O relatório afirma que a prática infringe leis na Europa, território em que valem regras muito similares às do Marco Civil da Internet e a Lei Geral de Dados, do Brasil.

No caso europeu, para chegar a tais conclusões, o estudo descobriu que algumas empresas tratam informações íntimas, como hábitos de drogas e orientação sexual, sem muita diferença de como tratam dados mais inócuos, como sobre a comida favorita de um usuário.

O Grindr, que tem o público gay como clientela principal, compartilha dados de localização de usuários e ainda a orientação sexual, com mais de uma dezena de empresas. Já o Tinder teria enviado informações para 45 empresas de seu proprietário, o Grupo Match, e outras duas de marketing.

Sobre o estudo, o Grindr, controlado pela chinesa Beijing Kunlun, foi procurado pela agência de noticias francesa AFP, mas não quis comentar a denúncia. Já o Match Group, dono do Tinder e do OkCupid, afirmou em um posicionamento enviado ao jornal The New York Times que trabalha em parceria com companhias terceiras, e teria exposto apenas dados estritamente necessários para esses serviços. A reportagem entrou em contato com o escritório brasileiro do Tinder, que informou ainda não ter sido notificado pelo Ministério da Justiça e, por isso, ainda não se pronunciaria.

 

No final da tarde desta quarta-feira, o MatchGroup divulgou a seguinte nota:

“A privacidade é o centro do nosso negócio. Ao contrário de outras empresas de tecnologia, cujo modelo de negócio depende da venda de informações pessoais, a sustentação do nosso são as assinaturas, portanto, baseamos o negócio na relação de confiança e em promover a melhor experiência aos usuários. O Tinder e o OkCupid usam fornecedores terceirizados para ajudar nas operações técnicas e fornecer serviços gerais, semelhantes a todos os outros aplicativos e plataformas online. Por exemplo, o OkCupid usa o Braze para gerenciar as comunicações com seus usuários sobre seus serviços. Compartilhamos apenas informações específicas consideradas necessárias para operar nossa plataforma, respeitando as leis aplicáveis, incluindo GDPR e CCPA. Todos os produtos do Match Group obtêm desses fornecedores rígidos compromissos contratuais que garantem confidencialidade, segurança das informações pessoais dos usuários e proíbem estritamente a comercialização desses dados”.

 

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Fonte: *Redação Cornélio Notícias, com informações da Revista Veja
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