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Padre ameaça deixar cidade após discussão com pastores no Paraná


Brasil Net

O culto evangélico em frente à Igreja seria a causa do desentendimento entre religiosos

Foto: Reprodução
Em sua versão do padre, um pastor, funcionário da prefeitura quis lhe dar lição de moral

Um culto evangélico promovido pela Igreja Assembleia de Deus, na Praça 8 de Dezembro, em Agudos do Sul, na noite de quinta-feira (3), provocou o desentendimento entre três autoridades religiosas no município: um padre da Paróquia Nossa Senhora da Conceição e dois pastores da Assembleia de Deus.

A programação denominada Cruzada Evangelística Cristo Vive aconteceu entre 18h e 22h, na praça central da cidade. Mas foi durante os preparativos para arrumar o local do evento que surgiram os problemas. Segundo o pároco da Paróquia Nossa Senhora da Conceição, vinculada a Diocese de São José dos Pinhais, o fechamento da garagem causou transtornos aos funcionários da paróquia. Um ônibus e um caminhão de som estacionados em frente ao portão de entrada e saída de veículos da residência do padre impediu a saída do padre da paróquia.

Como tinha uma missa de corpo presente de um senhor a ser celebrada por ele numa localidade em Agudos do Sul, com aproximadamente 300 pessoas, o padre não pode cumprir o compromisso. Outra queixa do pároco ainda por conta do transtorno, é que ele teve de levar uma caixa de som nas costas até a assistência técnica para fazer reparo. De acordo com o padre, uma funcionária da paróquia também ficou sem poder entrar com o veículo na paróquia. Por isso, ele chamou a polícia por estar com o seu direito de ir e vir impedidos. “Se vocês querem que eu vá embora, eu pego as minhas coisa e vou”, ameaçou o pároco.

Há quase sete anos em Agudos do Sul, os dois pastores da Assembleia de Deus informaram que sempre utilizaram o local por ser um logradouro público e não tiveram a intenção de afrontar o padre nem a Igreja Católica. Ao tomarem conhecimento que o padre estaria ilhado, procuraram o pároco para informar que retirariam o ônibus da frente da garagem. Em seguida, estenderam a mão ao padre, que se recusou a cumprimentá-los.

Os líderes evangélicos negam que tenham afrontado o padre e foram apenas para apaziguar a situação. “A gente sempre teve um clima de paz e harmonia com os eventos na praça. Fui lá com três testemunhas, entendi a mão ao padre para dizer estávamos removendo o ônibus. O padre não estendeu a mão a nós dois”, lamentou um dos pastores.

Em sua versão, o líder católico alega que um pastor, funcionário da prefeitura, que não soube identificar, quis lhe dar lição de moral e depois estendeu a mão para cumprimentá-lo. “Eu não vou estender a mão para este tipo de situação. Respeito eles como pastores, homens de Deus, como cidadãos. Estenderia a mão se a situação fosse conforme o Evangelho. Obstruir as pessoas de sair de casa é crime”, criticou o padre, informando que também tem testemunhas.

Sobre a ameaça de deixar a paróquia, o padre permanece na cidade cumprindo as obrigações na Diocese de São José dos Pinhais, onde está vinculada a Paróquia de Nossa Senhora da Conceição.

Como o assunto religião é delicado, não faltam opiniões distintas sobre a polêmica entre as duas Igrejas (Católica e Evangélica). Um católico mais radical, que não quis se identificar, chegou a prometer soltar foguetes em protesto contra a programação evangélica da Assembleia de Deus em frente à Igreja Católica. Para outros católicos, a programação e o impedimento da saída do pároco representam uma afronta à Igreja Católica por parte dos pastores evangélicos.

Outro católico do Sítio Cercado, em Curitiba, que pediu anonimato, soube do incidente e condenou a atitude do Padre, alegando que o estudo do Evangelho não serviu ao pároco de Agudos do Sul. Ele completou informando que o padre é um anticristo, porque a palavra de Deus está enfrentando resistência por ele. E ensinou que os católicos e os evangélicos precisam se unir contra o inimigo.

Uma religiosa batizada na Igreja Católica, disse que também frequenta a Igreja Evangélica. Independentemente da religião, ela lembra que Deus é um só e Jesus Cristo morreu na cruz por todos os seres humanos para livrar o povo do pecado. O local do evento religioso não depende de local.  e acrescentou afirmando que não é porque a programação foi em frente à Igreja Católica que representa afronta ao padre.

Outro pastor disse que contornou o impasse com o padre, após apresentar o alvará de funcionamento aos policiais para a realização da programação na Praça da Matriz. O pastor prometeu cobrar no dia seguinte o padre, se ele vai embora ou não da cidade.

 

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Fonte: *Redação Cornélio Notícias, com informações Jornal O Repórter, via Banda B
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