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Crise nos preços e quebra de safra preocupam produtores rurais


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A produção de soja em 2023 foi de 315 milhões de toneladas enquanto em 2024, a expectativa é de 145 milhões de toneladas

Foto: Ilustrativa
Safra 2024 preocupa produtores rurais

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Após um crescimento recorde de 15,1% no ano anterior, o Produto Interno Bruto da agropecuária brasileira evidenciou um aumento notável de 39% na última década, enquanto o índice geral registrou um incremento de 5,5% no mesmo período.
No entanto, as perspectivas para o setor em 2024 estão sendo desafiadas por condições climáticas adversas.
No ano passado, um clima favorável e alta produtividade culminaram em uma safra recorde, superando 315 milhões de toneladas, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística e da Companhia Nacional de Abastecimento. Contudo, para 2024, as estimativas de safra têm decrescido a cada novo levantamento divulgado.
Segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, mesmo com grande parte da safra ainda aguardando colheita, a produção de soja deve atingir cerca de 145 milhões de toneladas, um volume considerável, porém abaixo do recorde de 2023.
Além disso, a perspectiva para o milho, cujo plantio de segunda safra já está em curso, também não é otimista.
Essa redução na produção agrícola está refletindo na receita do setor, tanto dentro quanto fora das propriedades rurais.
Os preços, o clima e as incertezas do mercado estão levando os produtores a reavaliar seus investimentos.
A margem bruta da soja e do milho apresentou uma queda expressiva em comparação com a safra anterior.
Na pecuária leiteira, o impacto também é evidente, com a margem de lucro dos produtores reduzida em 67,4% em outubro de 2023, em comparação com o mesmo período do ano anterior, conforme apontado pela Companhia Nacional de Abastecimento.
Diante das incertezas crescentes para 2024, causadas por mudanças nas condições climáticas devido ao fenômeno El Niño, a Companhia Nacional de Abastecimento destaca a necessidade de aumentar os recursos para o seguro rural, visando cobrir cerca de 14 milhões de hectares, estimativa que ultrapassa os atuais R$ 1 bilhão disponíveis.
O presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, deputado Pedro Lupion, ressalta a crise de rentabilidade na agropecuária, com os preços dos grãos não cobrindo os custos de produção.
Ele destaca a dificuldade enfrentada pelos produtores, alertando para a possibilidade de não cumprimento de financiamentos e dificuldades na expansão dos investimentos no setor.
No Paraná, um dos principais estados agrícolas do país, o Departamento de Economia Rural da Secretaria Estadual da Agricultura e do Abastecimento revisou para baixo as estimativas de safra de verão 2023/2024, devido às condições climáticas desfavoráveis enfrentadas pelos agricultores.
A quebra na safra paranaense se deve principalmente ao calor intenso e à falta de chuvas, segundo o chefe do Departamento de Economia Rural, Marcelo Garrido.
Para a soja, espera-se uma redução de 16,4% na produção em relação à estimativa inicial, enquanto a primeira safra de milho deve apresentar uma queda de 12,6%.
Os preços das principais culturas também estão em declínio neste período, segundo os técnicos do Departamento de Economia Rural.
Assim, o setor agropecuário brasileiro enfrenta desafios significativos em 2024, com as condições climáticas desfavoráveis e a redução na produção afetando tanto os produtores quanto a economia como um todo.

 

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Fonte: Redação Cornélio Notícias, com informações da Folha Extra
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