Apesar de estarem em lados opostos no pleito eleitoral, o governador Ratinho Junior (PSD) disse que espera manter boas relações com o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em entrevista concedida à TV Estadão, porém, ele se colocou na oposição do novo governo e admitiu preocupação com o modelo de pedágio proposto pelo PT ao Paraná.
Segundo Ratinho Junior, esse não é o modelo que o paranaense quer, uma vez que a antiga concessão falhou na realização de obras.
“O modelo que nós construímos com o atual Ministério da Infraestrutura já é o da menor tarifa. Aquelas empresas que disputarem na bolsa, ganham aquelas que darem a menor tarifa. No passado a tarifa foi um assalto, porque por 24 anos cobraram pedágio e não fizeram obras. O que eu posso garantir é que o paranaense não quer um pedágio para tapar buraco e pintar faixa. Nós queremos obras, é isso que desenvolve o estado”, disse.
Para o novo modelo, Ratinho disse que espera a duplicação da BR-277 entre Foz do Iguaçu e Paranaguá, além de rodovias em Guaíra e Norte Pioneiro.
O novo modelo de pedágio deve ser uma das primeiras conversas de Ratinho Junior com o novo Governo Federal. Mesmo com a preocupação, ele disse estar aberto para encontrar uma solução que mescle preço justo e obras.
Questionado sobre o pós-eleições, Ratinho Junior lembrou que esteve ao lado de Jair Bolsonaro (PL) no pleito eleitoral e se colocou “naturalmente” na oposição do governo Lula.
“Eu sou um membro do PSD. Temos mais de 40 deputados, 11 ou 12 senadores e outros representantes. Nosso posicionamento é ter uma relação institucional e pensamento político que diverge desse que foi eleito”, concluiu.