A polícia argentina prendeu na noite de quinta-feira (1º), um homem que aparentemente tentou disparar uma pistola contra a vice-presidente Cristina Kirchner quando ela chegava em casa, no bairro da Recoleta, em Buenos Aires.
A polícia o identificou como Fernando Andrés Sabag Montiel, um brasileiro de 35 anos natural de São Paulo e filho de um casal de imigrantes do Chile e da Argentina com antecedentes criminais —em março de 2021 ele tinha sido detido portando uma faca de 35 centímetros, no bairro de La Paternal, onde supostamente morava.
Na ocasião, ele declarou que o objeto servia para sua defesa pessoal. Segundo registros comerciais encontrados pelo mesmo jornal, ele atuaria como motorista de aplicativo e tinha um Chevrolet Prisma em seu nome.
Canais de TV captaram as imagens de quando a ex-presidente deixava seu carro, rodeada por uma multidão de apoiadores. Em determinado momento, ela abaixa a cabeça quando alguém com o que parece ser uma pistola se aproxima a menos de 1 metro dela. Imagens publicadas nas redes sociais mostram o momento de diversos ângulos.
O ministro da Segurança, Aníbal Fernández, disse que o homem estava armado com uma pistola 3.8 com cinco munições e que ele teria tentado puxar o gatilho, sem sucesso. Segundo a emissora C5N, a arma teria falhado.
Momentos depois do ataque, a oposição divulgou um comunicado pedindo uma investigação urgente e condenando o que chamou de ato de violência.
Há mais de uma semana, a residência de Cristina se transformou em ponto de encontro de manifestantes pró e contra a ex-mandatária. Os protestos começaram quando o promotor Diego Luciani pediu uma pena de prisão de 12 anos para a política, que é acusada de chefiar um esquema de associação ilícita e fraude ao Estado no período em que foi presidente (2007-2015).
Luciani também solicitou que Cristina seja inabilitada a concorrer a cargos públicos para o resto da vida e que sejam devolvidos aos cofres públicos 5,3 bilhões de pesos (R$ 200 milhões).
Além de enfrentar problemas na Justiça, a vice-presidente passa por uma crise dentro do governo, travando uma disputa por espaço com Alberto Fernández, que sofre com a baixa popularidade.
No mês passado, a gestão criou um "superministério" da Economia, atribuído a Sergio Massa, com a missão de tirar o país da crise financeira —que envolve uma inflação que pode chegar a 90% ao ano e a disparada do dólar no mercado paralelo.
Assista um dos vídeos que estão sendo divulgados nas redes sociais: