A Câmara de Goiânia aprovou, em primeira votação, na terça (12), o projeto que proíbe a posse e porte de arma nas dependências do parlamento. A matéria, contudo, prevê como exceção as forças de segurança da ativa. Foram 19 votos favoráveis e quatro contrários. Disseram “não” a proposta: Sargento Novandir (AVANTE), Gabriela Rodart (DC), Cabo Senna (PATRIOTA) e Thialu Guiotti (AVANTE).
Vale lembrar, os debates tiveram início na quinta-feira (7), mas se alongaram e a matéria não pode ser votada na data. Destaca-se, a proposta é do vereador Ronilson Reis (Brasil 35) e foi motivada pelo vereador Sargento Novandir, que, além de andar armado pelas dependências da Casa de Leis, também já colocou o revólver na tribuna, durante a repercussão do aumento do IPTU, quando se vestiu de palhaço e se disse enganado pela prefeitura de Goiânia.
Além disso, em passado recente, Novandir chegou a ameaçar o vereador Santana Gomes (PRTB), ao dizer que passou “anos trocando tiro com ladrão e hoje, infelizmente, eu não posso trocar tiro com quem tem o colarinho branco, se não com certeza nós dois íamos trocar. Porque nós sabemos o que o senhor é, o senhor é uma farsa”.
Na terça, inclusive, Santana foi de colete à prova de balas à sessão. “Só tem uma alternativa, comprar um colete para cada um nessa Casa”, disse ele pro caso do texto não passar.
Já o autor do projeto, Ronilson Reis, disse: “Estamos apenas resguardando a integridade não só dos vereadores como também dos funcionários. Não podemos aceitar vereador portando armas no plenário para coagir e ameaçar colegas. Isso extrapola o bom senso. Não estamos tomando uma posição contra os militares, mas apenas seguindo o Congresso Nacional, Assembleia Legislativa, entre outros poderes, que proíbem armas em suas dependências.”
No plenário, Novandir afirmou que levaria a questão aos quartéis e instituições militares e de forças de segurança. “Se for aprovado vou apresentar um requerimento cancelando todas as homenagens que esta Casa pretende fazer aos militares. Essa proposta é uma maldade contra as forças de segurança.”
Na última semana ele declarou que se o problema do projeto era somente ele – pois o vereador Cabo Senna e o GCM Romário Policarpo também já foram armados à Casa de Leis, segundo o sargento – ele não iria mais armado à Casa. “Todos sabem que sou policial e que tenho condição de andar armado. Trabalhei 17 anos na polícia.”
Segundo ele, também na semana passada, a matéria vai gerar gastos com a inclusão de detectores de metal e aumento de efetivos de segurança. “Se o problema for eu, eu deixo de levar arma. Não precisaria de projeto, podemos fazer acordo. Minha preocupação é com o gasto com dinheiro público.”