Parte integrante do cenário urbano das vias do Distrito Federal, as lonas de propagandas expostas em outdoors e painéis de mídia têm sido alvo de furtos na capital federal.
A lona é o material que recebe a impressão de alguma arte, no caso, a propaganda e fica exposto, sem qualquer tipo de segurança, nos painéis. Os refletores, luminárias responsáveis pela iluminação da estrutura à noite, também são levados nas ações.
Segundo a diretora administrativa da Associação Brasiliense de Mídia Exterior (ABMEX), Marise Monteiro, 53 anos, no último ano, a frequência dos prejuízos tem se intensificado bastante.
Só em 2021, a representante estima que pelo menos 2 mil casos, entre furto de lonas e de refletores, foram notificados pelas mais de 100 empresas do setor atuantes no DF.
O problema, no entanto, não afasta os interessados em divulgar nesse tipo de mídia.
“A gente reconhece [o furto] o mais rápido possível. Não tem essa dispersão de clientes porque a empresa assume todo o risco e o custo”, reconhece a diretora administrativa.
A reposição de cada lona custa de R$ 1,2 mil a R$ 1,5 mil e demora entre 3 e 4 dias úteis para ser instalada. O tamanho padrão do material é de 9 metros de comprimento por 3,6 metros de altura. E as estruturas possuem entre 6 e 12 metros de altura.
Para Jéssica Barbosa, 32, coordenadora administrativa de uma das empresas do setor, a situação deixa todos “bem desanimados”. “Tem 8 anos que trabalho no setor e sempre teve furto tanto de lona quanto de equipamento elétrico. Agora [os furtos] estão generalizados”, desabafa.
Pela maneira que os materiais são levados, a coordenadora acredita que haja uma demanda por este tipo de produto. Resistente e versátil, ele possibilita a impressão de outra estampa no verso da propaganda, bem como pode ser utilizado no setor de construção, na cobertura de espaços, montagem de barracas, vedação de lagoas, entre outros usos.
Segundo Jéssica, os criminosos param com algum veículo embaixo dos painéis, montam uma escada e cortam as amarras das lonas antes de levá-las embora com as instalações elétricas. A representante também acredita que as placas solares integradas às luminárias sirvam de chamariz para os bandidos.
Em reação aos furtos, as empresas começaram a substituir as lonas por adesivos. Desse modo, as campanhas não são interrompidas, e a estampa deverá ser rasgada para ser retirada dali. Os refletores também não estão mais sendo instalados, numa tentativa de minimizar os danos.
A medida, que se iniciou a cerca de dois meses, ainda não foi amplamente difundida por causa dos altos custos. O gasto para produzir cada adesivo e instalá-lo na estrutura é de aproximadamente R$ 2,5 mil. Segundo a ABMEX, existem mais de 2,5 faces autorizadas para divulgação de mídia externa no DF.