Dalton Trevisan, um dos maiores nomes da literatura brasileira e ícone cultural de Curitiba, morreu aos 99 anos. A informação foi confirmada pela Secretaria de Estado da Cultura do Paraná na segunda-feira (9).
Dalton deixa um legado na cultura do Paraná. Seus livros “revelam uma Curitiba sombria, mas também lírica, onde a banalidade do cotidiano convive com dramas intensos”, explica a secretária de cultura na postagem sobre o falecimento..
Dalton Jerson Trevisan, que nasceu em 1925, era advogado e escritor. Nascido em Curitiba, em 14 de junho, Dalton se formou em direito pela Faculdade de Direito do Paraná e até chegou a exercer a profissão, mas por apenas sete anos. Depois, abandonou a advocacia para trabalhar em uma fábrica de cerâmicas da família.
Dalton Trevisan estreou na literatura em 1945, com a novela “Sonata ao Luar”. Entre 1946 e 1948, era ele o líder, em Curitiba, do grupo literário que publicava a revista “Joaquim”, que se tornou porta-voz de vários escritores, críticos e poetas.
Em 1965, a publicação do livro “O Vampiro de Curitiba” rendeu a Dalton o apelido, por causa de seu temperamento recluso. O escritor não gostava de ser visto nem mesmo durante as idas ao mercado e ficava sempre fechado em casa, na esquina das ruas Ubaldino do Amaral e Amintas de Barros, em Curitiba.
Ao longo da carreira, ficou conhecido como o maior contista brasileiro contemporâneo e recebeu, em 2012, o Prêmio Camões, pelo conjunto da obra. Entre suas principais honrarias, estão quatro prêmios Jabuti (1960, 1965, 1995 e 2011), dois prêmios da Biblioteca Nacional (2008,2015), um da APCA (1976), um Portugal Telecom (2003) e um Machado de Assis (2012).