Nenê da Ambulância não foi eleito vereador em Salto do Itararé, no Norte Pioneiro do Paraná, por quatro votos. Ele acabou ficando na suplência de João Garré, que levou o pleito.
No começo de novembro, o parlamentar eleito foi assassinado e o mandante do crime seria o filho de Nenê.
Thiago Correa, suspeito de matar João Garré é amigo de Douglas Cowboy, apontado pela Polícia Civil como mandante do crime.
Douglas, por sua vez, é filho de Nenê da Ambulância (União).
Essa é uma das novas descobertas das investigações sobre o crime ocorrido na madrugada do dia 9 de novembro.
Na ocasião, Garré chegava na casa dos pais, quando foi assassinado a tiros. Semanas antes, ele havia sido eleito para o seu primeiro mandato como vereador com 133 votos. Já Nenê da Ambulância, somou 129 votos, acabou ficando na primeira suplência de Garré.
De acordo com as apurações, Thiago Correa, que foi morto horas após o crime em confronto com a Polícia Militar em Curitiba, era casado com a prima de Douglas Cowboy. Ele, que usava tornozeleira eletrônica e já tinha passagens por crimes como agressão, ameaça e porte ilegal de arma.
Thiago teria recebido R$ 20 mil de Douglas para cometer o homicídio. O carro usado no atentado contra o vereador, inclusive, está registrado no nome do suspeito.
Apesar de toda a situação, José Valdeci, que é advogado de Nenê e Douglas, quer que o seu cliente seja diplomado no dia 29 de janeiro.
Segundo ele, caso os clientes não consigam um habeas corpus até lá, uma pessoa de confiança poderia receber o diploma em nome de Nenê.
“Meu cliente será diplomado dia 29, passou uma procuração para uma pessoa específica que irá receber o diploma de vereador. Mas esperamos que até janeiro ele já esteja em liberdade”, declarou o defensor. Ainda segundo ele, seu cliente cumpre todos os requisitos para assumir o cargo eletivo.
“Esse mandado de prisão é preventivo. Como não tem nenhuma decisão judicial que ateste o perdimento dos direitos políticos, ele preenche os requisitos para ser diplomado e tomar posse como vereador”, defende Valdeci.
Já a população de Salto do Itararé discorda do advogado e cobra das autoridades, que a Justiça seja feita.