Cacau, como é chamada, saiu do Refúgio Biológico Bela Vista (RBV), da Itaipu, com destino a uma organização não governamental (ONG), em Corumbá de Goiás (entorno do Distrito Federal), aonde chegou no dia seguinte.
A ideia inicial era que Cacau fizesse a viagem de avião, mas a caixa necessária para o conforto da onça era 5 centímetros maior do que a aeronave podia suportar. A caixa era ventilada e feita para deixar o animal seguro.
Cacau fez a viagem sem ser submetida a nenhum tipo de medicamento, acordada e com temperamento calmo durante todo o trajeto.
O transporte terrestre foi acompanhado de um veterinário e um biólogo, para garantir a saúde e o bem-estar do felino. Ao chegar ao destino, na última quarta (12), ela caminhou, bebeu água e comeu.
O transporte fez parte do Programa de Cativeiro, um plano de ação nacional para conservar e preservar espécies ameaçadas de extinção. A ação é feita por meio de uma parceria entre o Ministério do Meio Ambiente (MMA), o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e a Associação de Zoológicos e Aquários do Brasil (AZAB).
O programa foi criado em 2019 e consiste em planejamentos estratégicos de especialistas que cruzam dados sobre espécies em cativeiro e buscam compatibilidade entre elas.
Cacau tem 7 anos, pesa 79 kg e foi levada a Corumbá para conhecer Oxóssi, uma onça melânica macho de 3 anos que nasceu no local. Na avaliação da analista ambiental Rose Gasparini Morato, a combinação dos dois foi "extremamente estratégica".
O programa, como política pública, é extremamente importante para que nós possamos manter a existência da espécie. Sem ele, os animais ficariam cada um em seu canto e nunca saberíamos.
Cacau deve ficar alguns dias em ambientação antes de a equipe colocá-la com Oxóssi para o acasalamento. Caso dê certo, podem nascer entre um e quatro filhotes após a gestação de cem dias. A partir daí o programa vai decidir o melhor destino para as onças.