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Norte do Paraná registrara maior elevação da temperatura média após o ano 2.000, afirma pesquisadora


FACCREI - 2025

O estudo foi feito com base nos nas 16 estações meteorológicas do antigo Instituto Agronômico do Paraná

Foto: CN
O volume de chuvas também diminuiu na região

O monitoramento que leva em conta dados registrados por estações meteorológicas entre 1977 e 2018 aponta que localidades das regiões Norte e Nordeste do Paraná se destacaram um pouco mais em comparação com outras no Sul do País no que tange à elevação das temperaturas.

“Estas tendências não são estatisticamente significativas, mas, em algumas estações meteorológicas, tem-se uma tendência ao aumento do número de dias com temperaturas superiores a 25ºC e 30ºC. O interessante é que quando aumentamos o limiar, que é o número de dias com 35ºC, tem-se um aumento mais expressivo nas regiões Norte e Noroeste (do Paraná). Enquanto que, diferente de outras regiões localizadas no Sul do Brasil, a média das temperaturas mínimas não apresenta ruptura na variabilidade dos dados”, apontou Deise, coordenadora de um dos eixos temáticos do Núcleo de Inteligência Territorial/Fundação Parque Tecnológico Itaipu (NIT/PTI).

O NIT foi criado há cinco anos para aproximar diferentes instituições, agregar dados e informações técnicas para fomentar o desenvolvimento de demandas em áreas como segurança hídrica e o desenvolvimento territorial sustentável.

Ela explica que os dados utilizados em sua pesquisa foram registrados por 16 estações meteorológicas do antigo Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR, atual Instituto de Desenvolvimento Rural, o IDR) entre 1977 e 2018.

Dentre as 16 estações, apenas quatro apresentaram tendência de crescimento nas médias das temperaturas mínimas e apenas três registraram redução da amplitude térmica diária no período.

“Como vou ter um aumento das temperaturas mínimas nestas regiões, é interessante verificar o aumento das noites tropicais, noites com temperaturas com mais de 20ºC”, diz.

Já com relação às chuvas, as pesquisas lideradas pela professora apontaram que o Paraná registrou ciclos importantes desde o início do monitoramento. As chuvas, apontou, estão mais concentradas em períodos menores na última década em comparação com as décadas anteriores.

De acordo com as pesquisas, o Paraná registrou médias anuais de cerca de 1800 milímetros entre 1980 e 1999, e em torno de 1700 milímetros entre 2000 e 2009.

Recentemente, no período entre 2010 e 2018, a média anual retornou à faixa dos 1800 milímetros, informa a professora.

“Geralmente, no Norte do Paraná, há uma pequena redução nas precipitações no inverno. O que é bastante comum no estado, em termos da variabilidade, é que se tem, em média, de 20 a 40 dias consecutivos sem chover. Também há registros de 50 dias sem chuva. Isso impacta os cultivos agrícolas. A nossa sorte é que o período de estiagem é justamente em meados de julho e agosto”, lembra. 

Na área de Climatologia, a professora destaca linhas de pesquisa que apontam para outras explicações adversas ao impacto dos gases do efeito estufa como principal causador do aumento da temperatura média da superfície da Terra.

Neste caso, são abordagens cujo foco é a interação dos oceanos com a atmosfera da Terra.

“Porque o clima da América do Sul tem interação oceano-atmosfera. Recebemos muita umidade, então tudo o que ocorre nos oceanos vai interferir na nossa variabilidade climática. Em termos de variabilidade, não conseguimos bater o martelo sobre o aquecimento global porque são várias dinâmicas. Ainda há muitas perguntas para serem respondidas”, avalia.

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Fonte: Redação Cornélio Notícias, com informações da Tarobá News
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